Um ano de viagens: dicas para viajar com crianças
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Eu achava que viajar com crianças era muito trabalhoso, pouca diversão, e muito dinheiro. A mesma coisa que eu pensava do homeschool (ou educação em casa).
Eu estava certa: é MUITO caro. Mas também estava errada: não dá muito trabalho e é MUITO divertido! Pode confiar, a gente tem viajado direto há mais de DOIS anos! Nesse post, vou dar algumas dicas para se viajar com crianças!
Como é viajar com os filhos
É um pouco mais difícil, sim. Adultos e adolescentes conseguem se comportar mesmo estando cansados, com fome, ansiosos. Crianças pequenas, no entanto, não têm como lidar com isso silenciosamente.
Veja se alguém seria mais fofo em uma foto como essa do que uma criança pequena…
A gente tenta, em primeiro lugar, evitar situações estressantes, como viajar de madrugada ou muito cedo, tenta alimentá-los antes, etc.
Se não tem como evitar o estresse, a gente tenta encontrar uma solução, mesmo que momentânea.
A gente carrega coisas que não carregaria se não tivesse crianças, como brinquedos. E precisamos lidar com as necessidades de todos da família.
MAS, deixa eu contar, é INCRÍVEL!
As crianças nos surpreendem e nos encantam todos os dias. Eles injetam vida em momentos sem graça. Eles aprendem nos momentos mais estranhos.
E quando eles todos estão dormindo, faz tudo valer a pena!
Além do que, eles são muito mais fofos que a gente nas fotos.
Uma coisa que não aprendemos: como brincar na areia sem se encher dela. Acho que levamos metade do deserto de Abu Dhabi para o hotel.
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Dicas de como deixar viagens com os filhos mais simples
Vá com calma
Essa é a dica mais importante. Crianças se cansam mais que adultos, e eles provavelmente não vão ficar super felizes de ver coisas novas que não são do interesse deles.
Então, vá devagar.
Passeie por 2 dias, mas deixe um dia de descanso – seja na praia, na piscina, um dia de filmes em casa, ou deixe que leiam, conversem com os amigos ou joguem Minecraft o dia todo. Deixe que descansem a mente e o corpo.
Também não tente colocar muita coisa em cada saída. Dê tempo pra eles explorarem. Seja paciente. Eles estão aprendendo em todos os momentos, mesmo quando estão espantando pombas.
Você não vai conseguir ver o país todo (ou a região, ou a cidade) na sua viagem, mas ainda assim, vai valer mais a pena se eles estiverem descansados felizes e interessados.
As crianças brincando no Cerro San Cristóbal, em Santiago, Chile.
Ouça a voz deles
Eu não quero dizer que você deve deixar que eles vão passear sozinhos em um país desconhecido, principalmente se forem pequenos, mas dá pra confiar neles se eles dizem que estão cansados, ou querem ficar vendo/fazendo só uma coisa, ou não querem.
Se eles querem ficar olhando a mesma coisa no mesmo museu por horas, deixe. Tente ver o que eles estão vendo, tente entender porque aquilo é tão fascinante. Se eles não conseguirem ver o museu todo, tudo bem. Eles aprenderam muito com aquele único item, e é o suficiente.
Se eles dizem que estão cansados e querem ficar em casa, negocie! Talvez dê pra dar algumas horas pra que eles descansem antes de sair, ou talvez dê pra voltar mais cedo e ver um filme. Se eles forem grandes o suficiente, talvez até dê pra deixá-los sozinhos por algumas horas.
Se a gente força a barra e levá-los para visitar o oitavo museu da semana, pode ter certeza de que eles vão odiar, vão reclamar, e vão deixar a sua visita ruim.
Veja, talvez seja melhor negociar uma hora no museu depois de um passeio pelo parque com sorvete do que o dia inteiro no museu com crianças bufando o tempo inteiro.
A gente estava na Disney, mas a gente estava cansado e precisava descansar. Quer melhor companhia que o Olaf?
Deixe que sejam responsáveis pelas próprias coisas
Confie neles de novo e deixe que escolham o que querem levar e como querem fazer as malas.
Dê uma ajudada se eles precisarem ou nunca tiverem feito, mas deixe que eles se virem. Diga pra onde vocês vão, por quando tempo vão ficar. Diga o que eles não devem esquecer (chapéus, blusa, toalha, etc), e deixe a responsabilidade de pegar tudo com eles. Eles quase sempre conseguem.
Talvez ajude se você fizer uma lista com o que levar (3 camisetas, 3 shorts, 3 cuecas) e deixe que eles escolham MESMO que eles escolham uma roupa super velha e manchada e furada e pequena. A lista é particularmente útil para crianças novas, de até uns 11~12 anos.
Também deixe que eles cuidem das próprias coisas.
Se eles esquecerem ou perderem alguma coisa, paciência. Acontece. Não acuse, não brigue. Mas também não proteja. Deixe que eles sofram as consequências naturais dos atos (‘você não pode ficar brincando no sol o dia todo porque não trouxe o chapéu. Podemos te levar até aquela loja para comprar outro com a sua mesada, se quiser’).
Apesar de estar fora de foco, essa é uma das minhas fotos favoritas da visita ao Museu Ghibli, em Tóquio, Japão
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Minhas crianças já estão bem espertas com as coisas deles, mesmo que eles ainda percam uma coisa ou outra de vez em quando.
Além do mais, não precisa levar muitas coisa. A maioria dos lugares vende quase tudo e a gente precisa de muito pouco para sobreviver.
Marque alguma coisa para cada pessoa
Se você tem crianças com interesses diferentes, ou com idades muito diferentes, vai ser mais difícil. Ainda assim, tente encaixar coisas do interesse de cada um.
Você pode ir pro Peru, ver Machu Picchu para um, carregar lhamas bebês para outra, ir ao cinema com outra, ver o Museo del Oro para agradar outra, passar o dia na praia em Lima para outra. Todos os países do mundo tem alguma coisa para agradar a todos.
Talvez um dia no hotel jogando jogos de tabuleiro seja o suficiente pra ser o melhor dia do mundo pra alguém. Comece a conversa e descubra o que eles querem!
É preciso lembrar que mesmo que alguém escolha ficar em casa e assistir Tartarugas Ninja na Netflix ao invés de ir conhecer a Rainha Elizabeth, essa escolha é tão importante quanto as outras e é preciso respeito e cordialidade.
E sempre é uma oportunidade de se ensinar negociação para a criançada.
Eu queria ver o pôr do sol, as crianças não. Negociamos e deixamos que quem quisesse, ficasse jogando no celular. Saldo positivo para todos.
Inclua a todos nas escolhas
Chame pra perguntar a todos para onde querem ir, o que querem fazer, ou até aonde querem comer.
Dê opções se for tudo novo, tiver pouco tempo ou pouco dinheiro. Por exemplo, pode perguntar ‘Querem comer pizza ou cachorro quente?’ ao invés de perguntar o que querem comer; ou ‘Qual país da América Central você gostaria de visitar?’ ao invés de ‘Aonde você quer ir?’. Assim, se evita frustrações e todos ajudam a escolher.
A gente se surpreende na maioria das vezes.
E não tem a necessidade de pressioná-los. Se eles não querem/podem escolher, mais fácil pra você.
O Zé vendo o que tinha dentro de uma casa de hobbit, em Hobbiton, NZ.
Tente rir de tudo
Sim, gente, porque nada é melhor do que o humor.
Derrubou o sorvete no estofado do carro alugado? Ria. Quando estiver limpando, lembre e ria.
Perdeu a mala, ria. Esqueceu alguma coisa, ria! Não é para fingir que riu, é para rir. Encontre alguma coisa engraçada na situação: a cara de alguém, da única cueca a venda 2 tamanhos maior do que o normal, o comentário de alguém, qualquer coisa.
Assim a gente modela o humor, faz todo mundo rir e ainda dá para as crianças a lembrança da risada, não da bronca. Nada melhor, né?
Carregue menos coisas
Quando mais mãos livres você tiver, mais fácil vai ser de manejar crianças e malas. Também vai ter menos tempo gasto arrumando mala, vendo se pegou tudo.
Angelo e as 3 crianças mais novas em Cartagena (Colômbia) – mesmo em hotelzinho, a gente tinha nosso banheiro, o que é um salva vidas.
Leve muito menos, um terço da sua lista original. De verdade. Todos os lugares têm pasta de dentes ou protetor solar, ou boné, ou toalha.
Escolha acomodação que supra as suas necessidades como família
Não adianta nada pagar super barato em acomodação se vai ter que dormir em um dormitório com 15 outras pessoas se seus filhos não conseguem dormir com barulho.
Para nós, um quarto privativo com banheiro privativo é o único jeito de viajar. Não dá para dividir banheiro com 10 estranhos, sério, nem dividir quarto. Não precisamos de piscina, serviço de quarto, restaurante, catálogo de travesseiros, nada disso. Só de privacidade.
Custo x Benefício
Às vezes, pegar um taxi é a melhor saída. Pode ser mais caro do que ir a pé ou de ônibus, mas se uma criança está com dores nos pés de tanto andar, ou tão cansada que está dormindo andando, a melhor solução é a mais cara.
Ou pegar um hotel com piscina quando se vai para um lugar quente demais. Ou comer fora de novo apesar de ter escolhido acomodação com cozinha. Ou um dia em um parque de diversões.
Avalie cada situação e decida o melhor para vocês naquele momento. E lembre que cada momento é único.
Pense direito, porque se for para cortar uma atividade do filho x porque o filho y precisa ir de taxi, vai ter que negociar e decidir com ambos.
Brincar de tirolesa por algumas horas na Costa Rica saiu bem caro mas nunca saí com crianças tão felizes e satisfeitas depois de tanto exercício físico!
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Para terminar…
Pode ser complicado no começo, mas a gente pega o jeito com a experiência. E quanto maiores os filhos, menos preparação é necessária.
Cada família e cada situação é única, mas algumas coisas são universais!
Aqui ficam as nossas dicas sobre as malas, para quem quiser ver como a gente arruma as nossas malas.
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